Os desafios para conversar com um dependente químico sobre a recuperação

A maioria das famílias têm dificuldade sobre o que falar para um dependente químico, quando descobrem a sua condição. Além disso, não é fácil.

Você nunca está preparado para encarar o fato de que uma pessoa querida precisa de ajuda.

Assim, com uma doença tão repleta de preconceitos, o primeiro passo é se acalmar e buscar informação.

A dependência química é uma doença crônica multifatorial, isto é, decorrente de diversos fatores. Ela atinge mais de 3,5 milhões de brasileiros, sendo um número ainda subnotificado.

Existem diversos tratamentos para a dependência, o primeiro passo é a identificação do problema.

Encarar a doença é a melhor maneira de chegar a uma solução e voltar a uma rotina normal.

Por fim, é justamente para isso, que separamos algumas dicas para que você consiga ajudar e saber o que falar para um dependente químico.

Saiba como falar

Essa é uma dica que serve para qualquer fase do tratamento. Mais do que saber o que falar, você deve entender como.

Busque sempre um ambiente tranquilo. Além disso, converse com calma. Evite ser enfático ou estressar o dependente, especialmente no início do tratamento.

Você não deve tratar ele como se fosse uma criança, mesmo que não seja a intenção.

Além disso, evite dar ordens diretas, opte por uma abordagem pautada no respeito e na conversa.

A melhor maneira de se conseguir algo é mostrar à pessoa a importância daquilo para ela.

Isso é importante porque muitas pessoas não têm paciência ao tratar pacientes dependentes. Outros tratam os pacientes como se eles não tivessem vontade própria.

E nada disso colabora com o tratamento.

A verdade é que se você não consegue se manter calmo, mesmo que o paciente tente criar uma discussão.

A dependência é caracterizada como um transtorno mental e ele envolve diretamente os sentimentos da pessoa.

Por isso, manter a compostura é essencial para o sucesso do tratamento, considerando que estamos falando de um caso sério, e ao mesmo tempo muito sensível.

Seguir sempre em frente

Quando falamos com um dependente químico devemos entender quais são os gatilhos da sua condição.

Gatilhos são situações que levam a reações e sentimentos negativos. Muitas vezes são esses gatilhos que fazem a pessoa buscar nas substâncias químicas refúgio.

Seguir em frente não significa ignorar ou fingir que o problema não existe. Mas sim evitar falar sobre crises, especialmente aquelas que tiveram consequências.

As conversas devem ser naturais, sem tratar aquela pessoa de forma diferente.

Nem sempre isso é fácil, porque com certeza o que você mais quer é proteger aquela pessoa. Mas isso pode gerar um sentimento de culpa e isolamento.

Honestidade é essencial

Quando falamos de honestidade, há uma linha tênue a se equilibrar. Você não deve mentir e fingir que está tudo bem, mostre a realidade e diga para seguirem em frente.

Mesmo quando se trata de situações complexas como conversas sobre clínica de recuperação.

Proteger o paciente pode gerar desconfortos e perda de confiança. Porque a verdade é que nenhum adulto gostaria de ser tratado como criança.

O que mais ele precisa em um momento de recuperação é solidez, tanto em sua rotina quanto em suas relações.

No entanto, essa honestidade não deve vir carregada de sarcasmo e acidez, sinceridade não é grosseria.

Seja empático e se ponha na situação do outro, só assim você poderá ajudar ele.

Respeite os silêncios

Os silêncios são importantes também no processo de recuperação. Nem sempre a pessoa se sente pronta para encarar pessoas próximas e isso deve ser respeitado.

No entanto, se mostrar presente é a maior força que você pode entregar para um dependente químico.

Com um tratamento tão doloroso, muitas coisas são perdidas no caminho. É muito comum que o paciente desenvolva um quadro de culpabilização e depressão.

Se ela sentir que sua família e amigos estão se afastando, a tendência é que isso piore.

Não é todo mundo que sabe lidar com frases impensadas ou silêncios. Mas tente ser compreensivo e estar lá para escutar quando a pessoa quiser falar.

Deixe claro que você só deseja o bem dela e que para você ela é muito mais que a doença.