Entenda quais são os impactos da revolução digital e do metaverso na indústria da moda.
Atualmente, os assuntos mais discutidos nas mesas de reunião e nas passarelas são realidade aumentada e metaverso. Ambos os conceitos foram propostos por futurologistas já no início do século XXI, mas só ganharam notoriedade entre 2020 e 2021, durante a pandemia.
Não é de hoje que moda e tecnologia andam lado a lado, no entanto, neste momento, a inovação vai além do têxtil — que está sendo revolucionado é a indústria como um todo.
O que é metaverso?
Metaverso é o termo usado para designar um mundo virtual que tenta recriar a realidade por meio de dispositivos digitais. Em outras palavras, trata-se de um ambiente virtual que abraça a realidade, incluindo a comunicação, a diversão e os negócios.
Assim como em um jogo, estamos falando de um universo paralelo habitado por avatares. Para que isso seja viável no mundo real, são combinados aspectos de games virtuais, mídia social, realidade aumentada, criptomoedas e realidade virtual.
Ainda que tecnologia necessária para pôr esse conceito em prática ainda possa demorar alguns anos para estar 100% disponível, a expectativa é de que seja possível se divertir, trabalhar, criar, aprender, interagir com amigos e fazer compras em um ambiente online e totalmente digital.
Grandes empresas estão investindo no metaverso
Há pouco, o grupo Facebook mudou o nome para Meta devido à sua estratégia de imergir na realidade virtual nos próximos anos. O dono do Meta, Mark Zuckerberg, está fazendo investimentos pesados na nova tecnologia e pretende lançar óculos finos e leves, diferentes dos atuais, como porta de entrada para o metaverso.
Entretanto, não é apenas o Meta que está se movimentando nesse sentido. Em março de 2021, a Microsoft lançou a Microsoft Mesh, plataforma que possibilita experiências compartilhadas no mundo real e digital. Junto com ela, vem algumas mudanças.
Usuários do Microsoft Teams, por exemplo, poderão usar avatares e ainda contarão com novas funcionalidades para aprimorar a integração com seus colegas de equipe.
A Nvidia, por sua vez, está investindo fortemente em hardwares, placas de vídeo e chips voltados para o metaverso. Já a SoftBank, a fim de apoiar empresas de tecnologias e startups, tem feito grandes investimentos em projetos e iniciativas relacionadas ao metaverso.
O metaverso e a moda
Em meio a toda essa movimentação, a Nike entrou com sete solicitações de registro de patentes de “bens virtuais para download” nos EUA, revelando preocupação em proteger a marca e intenção de vender artigos esportivos, roupas e tênis no universo digital.
Já a Farfetch e a Prada estão fazendo testes com provadores de roupas virtuais, utilizando a tecnologia de realidade aumentada, assim como a Renner, no Brasil.
Em parceria com a rede social Snapchat, a varejista lançou uma campanha em que os usuários podem experimentar até três modelos de calçados no aplicativo, por meio da Snap Camera do smartphone.
A funcionalidade pode ser acessada pelo Snapcode, um QR code que deve ser escaneado com o Snapchat. Esses códigos estão espalhados nas lojas, portanto, basta apontar a câmera para acessar a lente de realidade aumentada do aplicativo.
Iniciativa pioneira no mercado brasileiro, agora os parceiros estão estudando aumentar a quantidade de itens disponíveis para experimentar. A ideia é incluir produtos como camisas, acessórios e até mesmo maquiagens.
“Percebemos que o cenário imersivo está cada vez mais presente e temos avançado muito em tecnologias pioneiras para atender a essa demanda. A parceria com o Snapchat nos permitiu criar uma nova experiência realista e inspiradora para o varejo de moda no Brasil, colocando o cliente no centro das inovações”, explica a diretora de Marketing Corporativo da Lojas Renner, Maria Cristina Merçon.
Por fim, outra ferramenta interessante dessa campanha é a lente portal, que possibilita que os clientes realizem um tour virtual em um ambiente 3D. Uma das simulações mostra uma visão panorâmica de uma plantação de algodão orgânico, aproximando os usuários da iniciativa de moda responsável da Renner, “Selo Re”.